Jules De Luxe
Sem preocupação
Acho que no mundo existem dois tipos de pessoas: os que gostam de moda e os que a odeiam. Quem está no meio desses dois extremos ou não tem opinião ou é alguém que está salvando o mundo e tem outras coisas na cabeça. Todo mundo tem algo a dizer sobre moda. Ou reclama, como Tanya Gold no artigo dela para o The Guardian, ou se dedicam inteiramente a ela como inúmeros de blogueiros/as no mundo virtual.
Pra mim moda é divertido e interessante, mas não chega a ser a razão da minha existência neste mundo. Gosto de coisas belas. So what? Também me interesso por história e política. Porque alguém que gosta de roupas e está bem informado sobre as eternas mudanças desse mundo tem que ser estúpido, arrogante e fútil? Eu particularmente acho extremamente arrogante alguém encaixar todo mundo na mesma gaveta só pelo fato de gostarem de sapatos, como Ms. Gold fala no artigo dela com o título extremamente maduro: Why I hate fashion. Aliás, acho que ela na verdade não odeia a moda, mas a sociedade que a usa. Pois não é a moda que força você aos 13 anos de andar com os sapatos que estão 'in' - é a galera da escola. Muito pelo contrário, na moda todo mundo tenta ser mais diferente, mais individual possível. Ninguém quer andar igual ao outro. Isso acontece na adolescência, quando a insegurança de cada um está no seu auge, mas quando crescemos e descobrimos quem somos, podemos ser do jeito que bem queremos, usando o que gostamos. Se você se sente pressionada pelas propagandas, isso é seu problema. Ninguém te força a comprar algo.
Moda é arte, é o espelho da sociedade e claro que também é um pouco superficial. Mas se você parar pra pensar nela, vai perceber que atrás de toda linha, todo brilho e todo glamour há muito mais do que imagina.
Não entendo porque as pessoas se preocupam tanto com a moda. A palavra ‘preocupar’ é algo tão negativo! Arte não deveria fazer com que nos preocupássemos. Deveria transmitir algo bom, algo positivo.
Pense em pessoas como Lady Gaga, que se divertem com o seu modo de se vestir e estão nem aí o que a moda está dizendo. Tha Gaga não é mesmo uma referência realista, mas uma pessoa que acho muito muito criativa e única, é Lou Doillon, filha de Jane Birkin e Jacques Doillon e meia-irmã de Charlotte Gainsbourg e creative partner da marca Lee Cooper.
Porque admiro a Lou Doillon? Porque ela não parece se preocupar, mas se divertir com moda.
“Todo mundo era tão bonito , estiloso e sério na nossa casa quando eu era pequena. Eu era a engraçadinha – eu usava saias em cores doidas, chapéus e lenços. Eu me fantasiava usando sapatos estranhos e as jaquetas do meu pai para fazer os outros rir. O humor é diferente entre os estilos ingleses e franceses. Na Inglaterra você ri de si mesmo, na França nós rimos dos outros. Eu ainda guardo um senso de humor sobre o meu estilo até hoje.”
(Lou Doillon em entrevista para The Guardian)
“Meu estilo realmente mudou desde que era mais nova. Hoje em dia eu sempre tenho que ri quando imagino eu mesma encontrando minha versão mais nova – ela ia me bater. Antigamente, usar roupas de marcas grandes seria como vender minha alma para o diabo.”
“Eu ainda tenho uma rebelião no meu jeito de se vestir – eu sempre começo o dia dançando rock’n’roll. Um slogan de moda que tenho é: ‘É melhor não parecer o seu melhor porque assim as pessoas podem imaginar que o melhor realmente é bem melhor. ’ Eu gosto de contrastes. Combino cabelo perfeito com um rosto sem maquiagem ou uso muita maquiagem com cabelo bagunçado.” PS.: {ADOREI ISSO}
“Eu compro em brechós e não escolho minhas roupas por marcas. Do ready-to-wear eu gosto de Ann Demeulemeester, Maison Martin Margiela e Tsumori Chisato e do haute couture gosto de Christian Lacroix, Jean Paul Gaultier e John Galliano. Mas eu tento dar ás minhas combinações um significado mais amplo e associações além da moda.”
“O que me atrai é algo quebrado. Eu nunca penteio meu cabelo ou tento fazer algo bonito. Quando as pessoas estão muito bonitas é fácil demais.” PS.: {ADOREI ISSO 2}
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